3 de junho de 2012

O meu velho par de baquetas

   "- Oi, sim sou eu, o teu velho par de baquetas.
   Acho que és o maior, e nem sinto o meu corpo, quando pregas com as minhas pontas de madeira nos pratos, nos timbalões e na caixa da bateria, mas oiço os ritmos que fazes e sinto que és mesmo o melhor. Empenhas-te e esforças-te ao máximo para que chegues mais longe, levas-me para o ensaio mesmo sabendo que só podes tocar com as baquetas de pontas de “náilon”.
   Estava no meio da prateleira de baquetas da MusiClass e era o par que ninguém queria comprar, até que apareceste tu. Com o teu pai a tirar o dinheiro da carteira já se sabia o que é que iam comprar, pois um baterista a iniciar as suas aulas, o que precisava mais era de umas baquetas.
   Eu, habituada à rotina, nem dei ouvidos a tal coisa, mas quando o teu pai disse que queria o par mais barato e tu olhaste para mim, percebi que eras aquele rapaz que me ia comprar e levar-me contigo. No entanto, tenho durado e aguentado mais tempo do que eu esperava, apesar de já estar velha e marcada dos pratos-de-choque onde tocas.
   O que acho que te faz tão especial, e um baterista tão bom, é que, quando aprendes um ritmo novo, nunca desistes sem o saber de cor.
   Só quero dizer, neste texto, que tu foste a luz que me iluminou, quando estava sozinha, na MusiClass."
Texto de Artur Pinguicha Ferreira, aluno do 6º ano

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